No dia 18 de Dezembro (sábado), a partir das 17 horas, na Livraria Babel (Chiado), apresentamos um livro de artista com a poesia de Caroline Cranskens "Verdes Fragmentos", com 10 gravuras originais da autoria de Alexandra Ramirez, Ana Neto, Carlos Alcobia, Daniela Crespi, Joanna Latka, e Susana Romão numa edição bilingue (francês-português) com tradução de João Tavares.
Além do livro estarão também disponíveis para aquisição, e a titulo individual, as gravuras que compõem esta edição. Alertamos para o facto da edição ser limitada e por esse motivo somente um reduzido número de gravuras estarem disponíveis para venda.
***
Quoiqu’ils exigent
(Les morts)
Je n’ai pu leur donner
Car je n’ai compris leur langue sifflante
Souffle codé
Qu’entre deux trains
Qui m’emmenaient loin d’eux
Sur la lande
***
peçam o que pedirem
(os mortos)
nada possuo que possa dar-lhes
até porque compreendi apenas a sua linguagem sibilante
sopro codificado
entre dois comboios
que me levavam já longe
na planície
Daniela Crespi
"Animae infinitate"
água - forte, água- tinta,
10x10cm, 2010
***
L’image finale d’une terre sans âme
Je la tiens sous les plafonds Serrée entre les extrêmes
Hors des limites d’un corps fantôme
Je tends les mains pour me rendre
Où se perdent les paroles
Ce qui fut
Ce qui est
Les spasmes égarés d'un corps
Qui se cambre
Sous les strates
Lisses lisses
Dans un mouvement de balancier
Qui cherche de lui-même
Son essence
Taillant des allées entières dans la pierre
Rayant le ciel de sa mémoire
Et je n'attends rien
***
a ultima imagem é de um lugar em abandono
é o que tenho
encerrado entre os fins
fora dos limites de um corpo funanbulo
estendo as mãos para estar ali
onde se perdem as palavras
Foi
É
os espasmos desconexos de um corpo
que se agacha
sob as camadas
suaves suaves
num balanço
que procura em si
o seu ser
lapidando caminhos na pedra
apagando o ceu da sua memoria
e eu nada espero
***
Daniela Crespi
"Transitus Tempus"
água - forte, água- tinta,
10x10cm, 2010
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